Casamento: instituição falida?!



A ideia de casamento como a concebemos remonta à Roma Antiga (o casamento religioso só foi regulamentado pela Igreja no Concílio de Trento - 1545/1563) e ainda hoje ouve-se a defesa da seguinte máxima: "o casamento é uma instituição falida". Como assim, falida? A quem interessaria tal falência, ou seria melhor dizer, falácia? Talvez à indústria que se montou ao redor do casamento e que, com a instituição da polêmica, mantém o tema em voga e mais na moda do que nunca. Ou seria aos que ainda não conseguiram se casar e guardam uma certa mágoa com relação ao casamento, quem sabe talvez aos solteirões convictos que adorariam ver tal falência de fato ocorrer. De toda sorte, a quem interessar, os dados da realidade não se coadunam com tal derrocada.

Longe de ser uma instituição falida, ou em rota de quebradeira, o número de casamentos no Brasil continua em linha ascendente (http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/09/taxa-de-casamentos-atinge-maior-indice-em-dez-anos-aponta-ibge.html). Destaque aos chamados recasamentos (em que pelo menos um dos cônjuges é divorciado ou viúvo), ou seja, até os que já foram casados querem se casar novamente, o que é uma ideia contrária à crendice popular "quem está fora quer entrar, quem está dentro quer sair". Então, como explicar a insistência da falácia?

O incremento mencionado, em grande medida, deve-se às inovações legais pertinentes à temática, como a paridade legal, em termos práticos (pecuniários), entre o casamento legalizado e a união estável, que acabou por retirar das sombras relações conjugais fáticas e, principalmente, à flexibilização para o desfazimento dos casamentos, que repercutiu em grande filão ainda inexplorado de candidatos a casamentos, os resistentes solteirões convictos que se encorajaram a mudar de status civil sob o fundamento lenitivo psicológico de que, "se der errado, separa!" Simples assim (agradando à noiva e guardando um fio de esperança no retorno simplificado à vida boêmia).

A parte essa abordagem tecnocrata meio bizarra, remanesce, mesmo ante a resistência dos modernosos (feministas radicais, machistas de plantão e traumatizados em geral), a essência natural e secular do casamento (romântica talvez) como união de pessoas que se amam, que se admiram, que se respeitam e que se desejam e que pretendem viver juntas "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe", selando, perante Deus e o mundo o compromisso de dividirem o fardo da vida, o peso do piano!

E como bem disse Raul Seixas (até ele!): sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto, é realidade!

Comentários

  1. Se depender de mim e da esposa, mas principalmente de Deus, ele não vai falir nunca. Parabéns pelo texto.

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