Deixamos de amar quando envelhecemos ou envelhecemos quando deixamos de amar?





Questionamentos instigantes e emocionantes como esse sempre me fascinaram. A busca por respostas a indagações controversas me inebria e me deixa extasiada; a ansiedade agiganta-se, assume contornos macro, afinal, mergulhar no universo, no âmago dos sentimentos não é tarefa das mais fáceis. O que dizer então dos sentimentos que afloram no crepúsculo da vida. Como administrá-los? Como conviver com eles?


Partindo da ideia corrente de que devemos estar sempre abertos às inovações, às mudanças e descobertas nos diversos campos do conhecimento, sabendo que ignorá-las, fechar-nos a elas é um atestado de embrutecimento, de ignorância, não nos indicariam um caminho? Seria possível transportar essas ideias ao campo do subjetivismo e do abstracionismo característico dos sentimentos humanos?

Perguntas, questionamentos mil, mas e as respostas?


Alguns refutarão, rebaterão, contestarão as asserções aqui expostas; outros, talvez por sempre terem amado e se sentido amados terão a resposta na ponta da língua; outros passarão a questionar suas certezas e convicções alicerçadas ao longo dos tempos em pilastras não tão consistentes assim.


Só sei que não há como ser absoluto diante da força do tempo, das armadilhas ladinas que nos dão e nos tiram certezas e amores. O transitório domina o campo da vida e relativiza as respostas pretensamente definitivas, só nos cabe, então, esperar a virada da próxima esquina, as cenas dos próximos capítulos; quem sabe o amor ainda não esteja lá, sadio e mais vivo do que nunca, corroborando a ideia popular de que "o amor não tem idade".






Comentários

  1. Saudações lusco-fuscas! Bricadeira à parte, fiquei encantado com seu texto! Parabéns Ana Lúcia Luft! Só faço o registro de que não vejo como algo surpreendente o fato de sentimentos aflorarem vigorosos quando já se tem idade mais avançada. Pelo contrário, acho que os idosos tem, no geral, sentimentos muito mais intensos que os adultos jovens, inclusive o amor (e eventualmente até a paixão!). Parabéns novamente e deixe debutar a escritora escondida em mão, avó e irmã!

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